Foram apreendidos documentos, computadores e cerca de R$ 124 mil em moeda corrente. Cerca de R$ 64 mil foi apreendido na residência do servidor público e o restante na residência de um dos advogados.
A primeira etapa da Operação Medicaro foi deflagrada em maio do ano passado. Conforme PF, pela análise dos documentos e mídias apreendidos na ocasião, ficou evidenciada a prática da fraude, perpetrada da seguinte forma:
1. Para ingresso com a ação judicial para aquisição dos medicamentos era necessária a apresentação de três orçamentos fornecidos por farmácias locais;
2. Um único estabelecimento de um mesmo grupo fornecia os orçamentos, geralmente superfaturados, em papéis com timbres de três farmácias distintas, com o objetivo de evitar a concorrência;
3. Intermediários providenciavam os orçamentos superfaturados e recebiam 10% do valor do medicamento;
4. Advogados que faziam parte do esquema também recebiam entre 5% e 10% sobre o valor orçado;
5. Um servidor na Coordenadoria Regional de Saúde fazia parte do esquema, direcionando a aquisição do medicamento e beneficiando determinadas farmácias, recebendo um percentual sobre o superfaturamento.
Tais números, de acordo com a PF, podem ter gerado aos envolvidos lucros milionários, uma vez que muitos dos medicamentos adquiridos via judicial são para tratamento de câncer e possuem um alto valor comercial.
Além disso, o Estado do Rio Grande do Sul possui o maior número de processos para garantir acesso a remédios do país, sendo que a cidade de Santa Maria lidera o ranking estadual, superando até mesmo a capital Porto Alegre.
G1