Rio do Campo - Os moradores da Comunidade de Ribeirão Carneiro, continuam convivendo com o descaso do Governo do Estado, descaso este que dura seus três anos.

A situação se agravou de maneira relevante no mês de junho deste ano, quando as fortes chuvas assolaram novamente toda a região do Alto Vale do Itajaí, em torno de 15 pontes foram danificadas ou se perderam no município, o caso mais grave mesmo foi a ponte da Comunidade do Ribeirão Carneiro, que foi necessário isolar, pois ela ultrapassa seus 20 metros de comprimento ficando intransitável e para que as pessoas tivessem o acesso, a Secretaria de Obras do município construiu um desvio de 2 quilômetros.

Lembrando que no ano de 2011, o prefeito daquela atual administração, junto com o Secretário de Agricultura Álvaro Schorner, em viagem a Brasília, no mês de outubro (2011), garantiram recursos junto a Defesa Civil Nacional.

Na época o Governo do Estado informou que eram para vir do Governo Federal 63 milhões para o Estado de Santa Catarina, mas que tinham recebido apenas 18 milhões.

A administração atual, através do Prefeito Rodrigo Preis e do Secretário de Obras Norberto Leite, depois de avaliarem novamente a ponte e constataram que o trânsito de qualquer tipo de veículo, seja de pequeno, médio e grande porte é um risco incalculável, trata-se de vidas, por isso a decisão foi de impedir totalmente o trânsito, tendo que usar o desvio aberto.

A equipe do Jornal A Tribuna do Vale, entrou em contato com o Diretor Geral da SDR Taió, Moacir Oening, para esclarecer sobre a situação real desta obra de tão grande importância para o acesso a Comunidade de Ribeirão Carneiro “O projeto já está pronto e todo o dinheiro também está disponível, não só para a construção da ponte do Carneiro, como também da ponte do Tamanduá, já está tudo liberado, as obras não iniciaram devido o período eleitoral, mas nesta sexta-feira (24), eu entrarei em contato com o pessoal do DNIT para vermos a data exata para o início desses trabalhos, pois nesse domingo encerram as eleições e tudo irá normalizar”, finaliza.

O promotor de Justiça de Rio do Campo, Bruno Bolognini Tridapalli explica da importância em interditar essa ponte “Com relação ao acesso a ponte do Carneiro é importante dizer que a gente tem um procedimento em curso aqui na promotoria para analisar justamente isso: a ponte e o desvio. De início esse processo foi instaurado por pessoas da região do Ribeirão Carneiro que nos procuraram e as ouvi e requisitei informações na prefeitura. O prefeito veio pessoalmente um dia aqui na promotoria, conversou comigo e a gente tratou de algumas situações: a primeira que eu solicitei ao prefeito é que ele se comprometesse a fechar a ponte mesmo, interditar o acesso, proibir que as pessoas por lá transitassem. Pois se a prefeitura não fizesse isso a responsabilidade seria dela, caso alguém viesse a cair e se machucar. A partir do momento que a prefeitura agora interditou de vez a ponte, proibindo o acesso é importante que a população saiba: qualquer pessoa que se arrisque a passar na ponte, mesmo estando interditada, o risco é por sua própria conta. A prefeitura tem a obrigação de isolar a área e não permitir que seja feito o transporte, o acesso. Se as pessoas não podem passar por esta ponte, elas precisam passar por outro lugar, houve reclamação da população com relação ao desvio que estava deteriorado, complicado. Foi nesse sentido que eu solicitei e exigi da prefeitura melhorias no acesso e essas melhorias são comprovadas através de fotos. A gente sabe que com as chuvas, o transporte de caminhões por este desvio, vai piorar, então a obrigação da prefeitura é nesse ponto específico dar condições de tráfego que as pessoas consigam transitar”.

O promotor sabe das obrigações da prefeitura, mas quer que as pessoas tenham cautela “As pessoas precisam ter um pouquinho de tolerância, devem andar um pouco a mais para passar por esse desvio ao invés da ponte. Especificamente em relação à ponte, é importante dizer também o seguinte: trata-se na verdade mais de uma questão política do que uma questão legal, pois todos nós sabemos que o município de Rio do Campo não tem condições financeiras de bancar uma ponte sozinha porque isso envolve muito dinheiro e a prefeitura não tem recursos para isso. Se a prefeitura não tem recurso, ela precisa buscar recurso de outras esferas: Estadual e Federal, o recurso dessa ponte já está de certa forma disponível no Governo Estadual, o problema é uma burocracia governamental em liberar esse recurso. A prefeitura, segundo palavras do próprio prefeito, já fez o papel necessário, apresentou o projeto da construção da ponte, parece que já tinha sido feito uma licitação e nenhuma empresa apresentou proposta, então é uma questão burocrática. Que a população e o prefeito façam uma força política, junto com os vereadores que são de diversos partidos para que cobrem dos deputados que tiveram boa votação aqui na região para liberar esse recurso de uma vez. O que eu posso fazer, como Promotor de Justiça é ver se a prefeitura está fazendo a parte dela. Se encaminhou corretamente o projeto, não tem nenhum entrave burocrático por parte da prefeitura, fora isso, infelizmente, é uma questão de prestígio político do prefeito, dos vereadores, de cobrarem isso dos deputados, dos governados para liberar de uma vez esse recurso”.

Como no mês de março os agricultores precisam de um acesso melhor para o escoamento da produção o Promotor alerta que dificilmente a ponte ficará pronta “Que os agricultores fiquem cientes que em menos de seis meses é impossível que essa ponte fique pronta, sendo que o escoamento da produção é para o mês de março. Como a prefeitura tem muito interesse nisso ela arrecada com a produção dos agricultores, ela vai ter que de alguma forma achar uma possibilidade de aumentar, melhorar esse acesso, pois não existe outra solução. E como já estamos em outubro, é necessário que a prefeitura já visualizasse isso, é importante sabermos disso que vamos colher informações junto com a prefeitura para melhorar esse acesso”.

Como medida de restauração sustentável foi solicitada a construção de uma ponte nova com 05 metros de largura de pista e 21 metros de comprimento, totalizando um investimento aproximado de R$ 240.000,00 (duzentos e quarenta mil reais), somando os valores da construção da ponte do Tamanduá, os investimentos irão chegar aos R$ 365.000,00 (Seiscentos mil reais). Recursos conquistados devido à situação de emergência ocorrida no ano de 2011.


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